Os presépios mais acurados são aqueles que colocam no centro aquilo que nasce, e não os nossos temores ou incertezas sobre o que termina.
Os presépios mais necessários são aqueles que nos tornam parteiras da alma uns dos outros, incentivando o florescimento da esperança mesmo quando parece difícil; apressando-se a dar espaço para a confiança, mesmo quando não faltam motivos para hesitar, duvidar ou não acreditar.
Os presépios mais fiéis ao verdadeiro presépio são aqueles construídos naquelas situações onde a única coisa garantida parece ser a solidão, e que acendem assim uma estrela onde parece que o único horizonte seja a perpetuação da obscuridade.
Os presépios mais intensos são aqueles que são arautos da boa notícia a quem não tem mais esperança em nada e que convidam para a festa aqueles que se sentem marginalizados ou vivem em desertos existenciais. E essa não é uma missão impossível. Afinal, é preciso pouco para construir um presépio: às vezes basta uma palavra que dirigimos aos outros com delicadeza, um gesto fraterno, a migalha dourada de um sorriso, uma pequena oração.
fonte do texto
MENDONÇA, José Tolentino. [Texto divulgado em suas rede social: <https://www.instagram.com/comodissetolentino/>] Acesso em 23 dez 2025.fonte das imagens:
CECCONI, Carlos Francisco. Presépio no altar.


