DÉCIMA PRIMEIRA NOITE SANTA

Zodiacal Road - foto de estrada com céu de sol poente no horizonte - manifestação do numinosoOs horizontes se ampliam e a nossa alma pode se elevar a um estado anímico cósmico alcançando a dimensão da alma do Cosmos, da Sofia divina e sentir a presença do espírito.

DÉCIMA PRIMEIRA NOITE SANTA: 4 de janeiro

De novo vem o Sol e um novo dia e ao cair da noite uma estrela brilha no céu emanando seu brilho da Constelação de Touro, portal por onde adentra à esfera do Zodíaco vindo das regiões macrocósmicas o sopro do espírito.

Ao reconectarmo-nos com a jornada dos Reis Magos, nos aproximamos interiormente do lugar onde se encontrava a criança anunciada. Iluminando a noite, o brilho da estrela que os precedia ampliava a dimensão do deserto. É uma noite de grande expansão da alma, os horizontes se ampliam e a nossa alma pode se elevar a um estado anímico cósmico alcançando a dimensão da alma do Cosmos, da Sofia divina e sentir a presença do espírito.

Neste penúltimo degrau da nossa jornada podemos imaginar os portais do Céu se abrindo e o Espírito Santo adentrando na esfera zodiacal, cinturão de estrelas que circunda a dimensão da existência humana. A alma individual elevada e a alma do Cosmos se tocam, se saúdam. A aparição do Espírito Santo é considerada um dos mais sagrados mistérios do cristianismo.

Nas pinturas renascentistas que retratam o Batismo de Jesus por João Batista, ele aparece como um ser alado no exato momento do batismo e é portador de uma mensagem divina para a evolução da humanidade.

Foram as forças do Touro que configuraram a laringe humana, o órgão da fala que está em processo de transformação. A voz é o mais poderoso instrumento de expressão de liberdade do ser humano. Nos estágios evolutivos futuros do ser humano a palavra terá de novo a força plasmadora a qual se refere o Gênesis de algumas das religiões.

Na Bíblia lê-se: No princípio era o verbo e o verbo estava em Deus. A cosmogonia do Antigo Egito começa assim: “No início era o RA, a consciência cósmica. E ela chamou a si.

A palavra terá o poder de fundir as três forças da alma humana, o pensar, o sentir e o querer, e moldá-las como uma lança sagrada a serviço da expressão do Eu. A palavra será como uma lança sagrada de expressão do amor divino.

Na biografia humana podemos relacionar o mistério do Espírito Santo com o vir a ser.

A Jornada biográfica é permeada pelos fluxos de duas correntes de desenvolvimento. Uma corrente que vem do passado e configurou quem eu sou: a minha constituição, temperamento e caráter. E outra que vem do futuro e traz promessas de transformação: o que posso ser. O Espírito Santo está relacionado com a corrente do porvir, da esperança e do sentido evolutivo da vida. É uma corrente que não foi contaminada pelas forças telúricas, da terra.

Somos tocados pela força do Espírito Santo quando naqueles raros momentos de intuição ampliamos a percepção do sentido dos acontecimentos, quando enxergamos o fio condutor da nossa vida e atuamos no sentido de sua continuidade.

Na décima primeira Noite Santa, através do portal do Touro, o Espírito Santo emana a plenitude do amor divino que se expressa na persistência em relação ao que se pretende alcançar.

“Com firmeza eu ocupo meu lugar no mundo,
Com certeza eu caminho pela vida,
Com amor no íntimo do meu ser,
Com esperança em tudo que eu faço,
Com confiança no meu pensar,
Forças jorrem do meu coração.”

 
homem vitruviano
 

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fonte do texto:
ANDRADE, Edna. As Doze Noites Santa [Site Festas Cristãs: <http://www.festascristas.com.br/12-noites-santas/12-noites-santas-textos-diversos/483-as-doze-noites-santas-edna-andrade>]. Acesso em 24 dez 2020.
Palestra proferida por Edna Andrade na Clínica Tobias em São Paulo no Natal de 2006.
ANDRADE, Edna. Décima primeira Noite Santa: 4 de janeiro [Site Biblioteca Virtual da Antroposofia: <http://www.antroposofy.com.br/forum/decima-primeira-noite-santa-4-de-janeiro-2/>]. Acesso em 04 jan 2021.
ANDRADE, Edna. A jornada meditativa das doze Noites Santas. São Paulo: Editora Antroposófica, 2020. p.51-52.

Gravação com narração de Mirna Grzich, produção de Gabriel Lehto